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A estimativa de risco está dentro da metodologia da Norma Regulamentadora número 12 (NR 12), na qual é um instrumento voltado à prevenção de acidentes durante o trabalho com máquinas e equipamentos.
Organizar as atividades dentro de uma indústria, e ao mesmo tempo atender aos requisitos de Segurança do Trabalho, fazendo a estimativa de risco e evitando acidentes.
Portanto, mantendo os níveis de produtividade sempre aceitáveis, sem dúvida não é fácil.
Por isso, a NR 12 passar por atualizações periódicas, com intuito de ser aplicável, e não comprometer o rendimento dos profissionais, tampouco sobrecarregar o maquinário.
Na última adequação a fase da Apreciação de Risco teve mais ênfase, e esta, de acordo com a NBR ABNT 12100 (baseia os procedimentos técnicos da NR 12) se estrutura da seguinte maneira:
- Determinação dos limites da máquina;
- Identificação dos perigos;
- Estimativa de risco.
Hoje conversaremos sobre esse terceiro ponto, a estimativa de risco.
O que é estimativa de risco?
Primeiramente, a estimativa de risco é o processo identificador de quais situações de perigo rodeiam a máquina ou equipamento.
Portanto, a estimativa de risco visa apresentar os elementos de risco (dados essenciais às aplicações futuras medidas de segurança).
De acordo com o texto da NBR 12100 essas informações servem a fim de medir a real necessidade de intervenção na máquina, por exemplo.
A partir da estimativa de risco o gestor ou projetista verificará se as decisões de aumentar a segurança foram eficazes, ou simplesmente terá dados técnicos para compor um manual de instruções.
Outro ponto importante é de todos os perigos e riscos podem ser mensurados, e por sua vez, documentados.
Em suma, não basta avaliar as situações perigosas, é preciso saber o que elas acarretam na operação, e transformar isto em dados aos responsáveis tomarem suas decisões.
Portanto deve-se realizar o procedimento de estimativa de risco.
Como realizar a estimativa de risco?
A primeira ação ao realizar a estimativa de risco, é relacionar a situação perigosa aos elementos de risco.
Deste modo teremos os tais parâmetros a fim de considerar na estimativa de risco.
Dessa forma, pensar em ações a serem feitas com objetivo de evitá-los.
Segundo a NBR 12100, dessa união temos as seguintes referências:
- Gravidade do dano – o provável resultado do perigo estimado;
- Probabilidade da ocorrência – aqui se mensura a chance de o dano acontecer, e se irá atingir pessoas ou se é somente um evento perigoso. E caso o risco seja inevitável, quais são as possibilidades de reduzir os danos.
A norma em questão ainda oferece pontos nos quais ajudam a categorizar esses elementos.
Essa diferenciação é possível quando medimos a Severidade do Dano, e assim teremos:
- Leve, grave e fatal (correlacionados ao tópico gravidade do dano);
- Atingirá 1 ou mais pessoas (extensão dos danos);
- Muito provável, provável, Improvável e Remoto (sobre a possibilidade de o fato ocorrer).
Como ilustração da maneira de combinar esses parâmetros, veja abaixo:
- Uma máquina está com vazamento de óleo, é provável de acontecer algum incidente com resultados graves a todos os trabalhadores operantes.
É comum estabelecer quadros ou tabelas ao incluir situações perigosas, e suas consequentes ações a fim de corrigi-las ou evitá-las.
A probabilidade da ocorrência de danos e seus fatores
No processo da estimativa de risco, essa avaliação das possibilidades dos danos tem destaque na NBR 12100. E elenca elementos como:
Exposição de pessoas ao perigo
Primeiramente, nesse elemento da estimativa de risco, se avalia:
- A necessidade ou não de pessoas nas zonas de perigo;
- Fazendo a estimativa do tempo de cada uma delas deve ficar no local;
- Qual tipo de serviço executará (manutenção, ajuste, reparos, etc.).
Esse ponto é o onde indicará a autorização de cada profissional para determinadas máquinas.
Dessa forma, nessa etapa da estimativa, se define qual o nível de cargo no qual deve ocupar, por exemplo, a ter acesso a espaços com alto grau de perigo.
Ocorrência de eventos perigosos
Primeiramente, a ocorrência de eventos perigosos na estimativa de risco, trata-se da estatística atrelada às máquinas e equipamento.
A possibilidade de ocorrência de danos se baseia também no histórico de acidentes.
Também é realizada uma analogia entre outros riscos, e a distinção se o evento perigoso foi ocasionado por humanos ou um defeito técnico.
Possibilidade de limitar um dano
Primeiramente, na estimativa de risco junto a possibilidade de limitar um dano, são considerados vários fatores desde a qualificação do profissional até sua capacidade de reagir a um acidente no qual provoque algum dano.
E esse fator vai medir justamente o grau de ciência do risco.
Indicará se é necessário informar aos trabalhadores usando sinais de alerta ou manuais de instrução, por exemplo.
Outros fatores que influenciam a estimativa de risco
A fim de completar esse esquema e se projetar possíveis danos durante a atividade com máquinas e equipamentos, a NBR 12100 descreve as coisas nas quais não pode faltar.
Dessa forma, inclui-se na análise:
- Pessoas expostas – todos os operadores expostos ao perigo;
- Tipo, frequência e duração da exposição ao perigo – indica o modo de operação da máquina, e quais os danos prováveis;
- Relação entre a exposição e os efeitos – mostra os possíveis acontecimentos quando se expõe, durante certo período, a um tipo de perigo;
- Fatores humanos – esse item apresenta dados importantes, tais como o nível de conhecimento de alguns operadores. Muitas vezes é usado ao argumentar a necessidade de treinamento dos profissionais;
- Adequabilidade das medidas de proteção – avalia se determinada ação de segurança vai atender à necessidade observada durante a Identificação do Perigo;
- Possibilidade de burlar as medidas de proteção – considera quais são as ações nas quais podem ser interrompidas ou burladas;
- Viabilidade das medidas de proteção – nos diz se as medidas de proteção são aplicáveis, e oferecerão toda segurança necessária. Essencial a fim de impedir a burla;
- Informações aos manuais – a estimativa de risco também está pautada pelos dados descritos no guia de instruções do maquinário.
Considerações finais sobre a estimativa de risco
Lembrando, ao fazer a estimativa de todos esses fatores, uma ação deve ser elaborada a fim de completar o processo.
Na prática, o trabalho de realizar a estimativa de risco só termina quando indicamos o que deve ser feito, caso o evento aconteça.
Então, voltando ao exemplo da máquina com vazamento, precisaremos indicar quais são os profissionais nos quais devem ser chamados a limitar o problema, e se houver acidentes como proceder.
Todo esse mecanismo é necessário se pretende aplicar de forma assertiva a NR 12 no seu trabalho.
E a estimativa de risco será fundamental ao manter as atividades onde você coordena longe dos acidentes.